sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


O nascimento glorioso do Salvador

“Ó Deus, que hoje revelastes o vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela, concedei aos vossos servos e servas, que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu”. É com esta oração, chamada pela Liturgia de Oração de Coleta, que a Igreja mostra aos fiéis que participam da Missa neste domingo (6/01) o mistério da Epifania do Senhor.

A palavra Epifania vem do grego "epiphanéia" e significa: manifestação, aparição. Após celebrarem no dia 1º de janeiro a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, os católicos são convidados a conhecerem e entenderem a Epifania do Senhor, que é a manifestação do Filho de Deus ao mundo.
 
 
Na cultura helenista Epifania significava "a chegada de um imperador em visita aos territórios de seu domínio". O evangelista Mateus mostra a Epifania como o nascimento glorioso do Salvador.
O evangelho deste dia traz como personagens principais as figuras dos Reis Magos. A tradição diz que chamavam-se Baltazar, Gaspar e Melquior, um era de cor clara, outro era negro e outro mestiço. Há nas cores dos reis magos uma simbologia interessante. Acredita-se que cada um, com sua cor, representava um povo ou nação da terra. Com esta certeza o mundo todo estaria representado pelos reis magos na visita e adoração deles ao Menino Deus.
Mas afinal, quem eram os reis magos?! Tudo o que se sabe sobre essas figuras importantes na solenidade da Epifania do Senhor é baseado na tradição. Os magos eram astrólogos e astrônomos (ainda não existia naquela época a divisão da Astronomia e Astrologia). Isso nos faz acreditar que não eram judeus e sim pagãos que se guiavam pelo céu. Foi por isso que perceberam que havia uma estrela de luz intensa e que pairava sobre a terra. Os magos então decidiram colocar-se a caminho e seguir a estrela que reconheceram como a estrela da salvação.
A presença da estrela que guiou os magos até o presépio é uma alusão à estrela de Jacó, que depois seria chamada de estrela de Davi, que teria tido origem em Belém de Judá, onde Jesus nasceu.
 O capítulo dois de Mateus, do versículo um ao doze, narra que quando Jesus nasceu os magos vieram do Oriente, e ao passarem por Jerusalém procuraram saber onde havia nascido o Rei dos Judeus. A procura pelo Rei dos Judeus deixou Herodes confuso, fazendo-o convocar os escribas e príncipes dos sacerdotes para consultá-los sobre o local onde podia ter nascido Jesus. Sabendo que poderia ser Belém de Judá, Herodes enviou os Magos e pediu-lhes que ao voltarem de lá, o avisassem para que ele também pudesse ir “adorá-lo”. No entanto, Herodes estava enganando os Magos que, guiados pela estrela, chegaram ao local onde estava o Menino e ofereceram-lhe ouro, incenso e mirra. Após a adoração os reis magos em
sonho foram avisados para que voltassem para o Oriente por outro caminho e que não avisassem Herodes sobre o local exato onde se encontrava Jesus. Herodes, ao descobrir que foi enganado pelos magos, mandou matar todos os recém-nascidos, de zero a dois anos. A Igreja celebra todas as crianças que foram mortas por causa da perseguição a Jesus no dia 28 de dezembro, com a Festa dos Santos Inocentes. Jesus foi salvo porque um anjo foi enviado por Deus em sonho a José e avisou-lhe do plano de Herodes. Com isso, José, Maria e Jesus fugiram para o Egito e lá permaneceram até a morte de Herodes
Há simbolismo também nos presentes ofertados a Jesus Menino. O ouro representa a realeza de Jesus. O incenso, usado nas celebrações como forma de oblação e purificação, teria por objetivo lembrar sobre a divindade de Jesus, que era Rei e Deus. Já a mirra conduz à memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, pois foi com a mirra que seu corpo foi preparado para o sepulcro.
O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 528, afirma que além desta Epifania houve a manifestação e revelação de Jesus ao mundo no seu batismo no Rio Jordão e nas Bodas de Caná.

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